Entrevista das Lojas Suppoter Okiren Sushi Bar & Restaurant

A Federação de Okinawanos na Argentina (conhecida como "Okiren") celebrou seu 70º aniversário em 2021. É reconhecido por cerca de setenta a oitenta por cento dos Nikkeis argentinos que são oriundos de Okinawa ou descendentes de Okinawa, e o Okiren Kaikan, no centro de Buenos Aires, é conhecido como um lugar de intercâmbio para esse grupo. No primeiro andar do edifício está o "Okiren Sushi Bar e Restaurante", um restaurante popular que serve os pratos típicos de Okinawa, além de outros pratos japoneses. Quando foi inaugurado em 1993, era um simples restaurante que oferecia apenas refeições simples e bebida para seus membros. Não entanto, o sr. Rafael Kanagusuku, presidente da Okiren comentou que com o passar do ano, o restaurante foi mudado para se tornar mais acessível ao público em geral, inclusive para os argentinos. Da rua, não é possível ver o ambiente interno do restaurante, mas uma vez que se entra no prédio, é possível se sentir que está em Okinawa. No salão de entrada, o deus guardião de Okinawa, "Shisa", dá as boas-vindas aos visitantes. No acesso ao primeiro andar e no corredor que leva ao restaurante, está decorada com lanternas vermelhas, criando um ambiente nostálgico e amigável. O interior do restaurante também é decorado com lanternas, shisas e cartazes de Okinawan, que faz lembrar a Okinawa.

Sr. Annabel Morishige está a cargo da cozinha há 7 anos. Embora ele não seja de ascendência okinawana, aprendeu a culinária okinawana com o chefe anterior, que possuía experiência no Japão. O menu inclui sushi e sashimi, que são populares entre os argentinos, assim como o "Okinawa Soba", que contem cubos de carne de porco e carne de peixe cozido (kamaboko). O macarrão é feito na Argentina, entregando a receita a um especialista em massas locais, mas tem um sabor autêntico e delicioso. Dependendo da época do ano, você também poderá desfrutar do "Goya Champuru", um prato feito com cabaça amarga cultivada por nikkeis locais. Também é servido as especialidades okinawanas como Uchina Tempura, Rafutte (guisado com cubos de carne de porco) e Tebiti (pés de porco). No entanto, o sr. Morishige comenta que a qualidade dos ingredientes é diferente da do Japão, e o que dificulta é a obtenção do sabor autêntico. Por exemplo, a carne de porco local é muito mais gordurosa comparando com a carne de porco japonesa. Os ingredientes japoneses tais como katsuobushi (flocos de peixes bonitos secos), dashi-no-moto (caldo de sopa), wakame (alga marinha) e nori (alga marinha seca) são essenciais, mas difíceis de serem substituídos por ingredientes locais.

Os argentinos sempre foram conhecidos por serem conservadores quando se trata de alimentos, mas o sushi boom despertou um maior interesse por alimentos que eles nunca experimentaram antes, assim como por alimentos de outros países. A impossibilidade de viajar ao exterior devido a pandemia da Covid 19 levou a um aumento por alimentos importados, que são um pouco mais caros do que os produtos nacionais. E como o sushi se tornou tão popular, que pode ser facilmente encomendado para entrega, cada vez mais houve um aumento dos "Foodies (apreciadores de bons petiscos, guloseimas)", pessoas que buscam ativamente por novos alimentos para comer. Em Okiren, algumas pessoas vêm para experimentar o "Goya (melão amargo)", o que é um produto raro na Argentina. Entretanto, sua amargura, que não é habitual ao paladar argentino, pode ser um obstáculo difícil de ser superado. Além do sushi, recentemente o lámen tem estado em franca expansão na Argentina. Como o nosso restaurante não serve lámen, porém servimos o Okinawa soba, que nos dá uma expetativa de ter o potencial para se tornar um item de cardápio de sucesso para o restaurante.

A sra. Karina Uehara, responsável pela gestão de restaurantes, nos informa que está promovendo ativamente o estabelecimento e a cultura culinária de Okinawana através de páginas de redes sociais. Na realidade, eles oferecem menus promocionais especiais para coincidir com o "Dia do Okinawa Soba" e o "Dia Mundial de Uchinanchu".

O presidente sr. Kanagusuku diz que por ser uma organização que representa Okinawa, no futuro, ele gostaria de servir o Awamori, uma bebida destilada feita em Okinawa. É provável que muitos dos okinawanos que imigraram para a Argentina naquela época não tinham o hábito de beber Awamori antes de se mudarem para cá, e não quer dizer que haja uma forte demanda por Awamori entre as pessoas de ascendência okinawana. Há um planejamento para aquisição e conservação a fim de transmitir para a próxima geração a cultura alimentar okinawana.

O presidente sr. Kanagusuku comentou que é "ótimo ver tantos argentinos visitando Okiren", mas visamos fazer a Federação de Okinawanos como um lugar onde muitos okinawanos possam passar um tempo dentro de uma atmosfera calorosa e amigável com suas famílias, assim como fizemos quando abrimos o restaurante".